02/08/23
O sedentarismo é um dos mais conhecidos fatores de risco para diversas doenças, por isso a prática de exercícios físicos regulares é considerada tão importante. Isso não significa que você precisa entrar hoje em uma academia.
Devemos sempre ter uma rotina de pequenos exercícios, tarefas cotidianas e simples que mesmo banais, fazem muita diferença, como o simples fato de caminhar. Por isso aferir os passos através da contagem de passos, com o smartwatch, bands (relógios e pulseiras digitais) ou celulares vem se tornando tão popular.
Em estudo publicado com uma meta-análise de vários estudos observacionais (com dados de 175 mil pessoas) mostrou que existe uma associação de passos diários com menor mortalidade a longo prazo. E os dados são animadores: meros 1000 passos a mais por dia está associado a um risco 12% menor. E os tão falados 10.000 passos a um risco 56% menor!
Então deixe um pouco o comodismo de lado!
– Estacione o carro um pouco mais longe do seu destino e caminhe o resto.
– Use as escadas em vez do elevador.
– Faça pausas regulares durante o dia para se movimentar, como dar uma volta pelo quarteirão ou subir e descer as escadas algumas vezes.
– Escolha atividades que sejam prazerosas para você, como caminhar, andar de bicicleta ou nadar.
– Faça atividades com amigos e familiares, isso pode ajudar a tornar a atividade mais agradável.
Mesmo pequenas mudanças podem fazer uma grande diferença na sua saúde. Então comece hoje mesmo a aumentar sua atividade física não programada!
Fonte: Javedi. Daily step count and all-cause mortality: a dose response meta-analysis of prospective cohort studies. Sports Med 2021
26/07/23
Apresentado no mês de junho de 2023 no Congresso da American Diabetes Association, em San Diego nos Estados Unidos, um novo medicamento que poderá auxiliar no tratamento da obesidade, que está atualmente em estudo científico de fase 2, sobre o análogo oral de GLP1 chamado orforgliprona.
Diferentemente de outras opções orais que exigem jejum de 30 minutos, a orforgliprona pode ser utilizada a qualquer hora do dia, proporcionando maior flexibilidade.
Os resultados preliminares do estudo apresentado foram promissores. Após 36 semanas, os participantes alcançaram uma perda de peso de 14%, e acredita-se que esse número poderia ser ainda maior se o estudo tivesse uma duração maior, pois nesse período os pacientes ainda não tinham alcançado o platô de perda de peso.
É importante ressaltar que este é um estudo de fase 2, focado na definição de dosagem, e ainda não há previsão de lançamento do medicamento. No entanto, esse avanço é animador, oferecendo uma nova opção de tratamento mais potente e de fácil administração para pessoas com obesidade.
Com tantas pessoas no mundo enfrentando diabetes e obesidade, é crucial encontrar alternativas que exijam menos recursos, tornando o tratamento mais acessível e sustentável.
Fonte: Wharton. Daily Oral GLP-1 Receptor Agonist Orforglipron for Adults with Obesity. NEJM 2023
14/07/23
Muitos estudos epidemiológicos demonstram que o sono ruim, é um fator de risco para obesidade, aumentando a fome e a vontade de comer alimentos mais calóricos.
Dormir pouco (ou mal) desencadeia diversos hábitos de vida ruins, aumentando inclusive o estresse.
Porém um estudo realizado pela Universidade de Chicago, com intervenções na higiene de sono em um grupo com pessoas com obesidade, constatou que dormir 1h30 a mais, reduz o consumo enérgico em média 270 kcal a menos, após 2 semanas.
Mostrando que o mito de “dormir demais” não é sinônimo de ganhar peso e que a boa higiene do sono, pode contribuir no tratamento da obesidade e na perda de peso de forma saudável.
Fontes: Effect of Sleep Extension on Objectively Assessed Energy Intake Among Adults With Overweight in Real-life Settings: A Randomized Clinical Trial
Esra Tasali 1, Kristen Wroblewski 2, Eva Kahn 1, Jennifer Kilkus 1, Dale A Schoeller 3
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/35129580/
Good Sleep, Better Life-Enhancing Health and Safety With Optimal Sleep
Mark R Rosekind 1 2, Rafael Pelayo 3, Debra A Babcock 4 https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/35129582/
11/07/23
A fome emocional é caracterizada pela ausência de sintomas físicos de fome e é desencadeada por algum aspecto emocional, como raiva, tristeza, angústia, ansiedade entre outros. Não tem relação com as nossas necessidades fisiológicas, mas sim com nosso estado mental e emocional.
Nem sempre comemos apenas para saciar as nossas necessidades físicas. Muitas vezes recorremos à comida para desviar a atenção de um problema, aliviar uma sensação de estresse ou para compensar uma frustração. Porém, comer de forma compulsiva e desnecessária, pode trazer desequilíbrios hormonais, culminando em excesso de peso e muitas vezes, levando o indivíduo à condição de obesidade grave.
Segundo uma pesquisa realizada pelo centro de diabetes da Universidade de Amsterdã, na Holanda, 60% das pessoas com obesidade naquele país, possuem alguma forma de fome emocional, com maior prevalência entre mulheres.
APRENDA A LIDAR COM SUAS EMOÇÕES
Se você não souber administrar suas emoções de uma forma que não envolva a compulsão pela comida, não conseguirá controlar seus hábitos alimentares por muito tempo. As dietas muitas vezes falham porque oferecem conselhos nutricionais que só funcionam se você tiver controle consciente sobre seus hábitos alimentares.
Nesses casos procure sempre a ajuda de um profissional especializado, para lhe ajudar a superar essas emoções e essas dificuldades.
Fontes: Relationship Between Food and Emotions. Eat Healthy UK e Livro “How Emotions Affect Eating: a Five-Way Model”. Michael Macht. 2008.
04/07/23
Segundo uma pesquisa apresentada pela Covitel, realizado pela Vital Strategies e pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), a parcela de obesos da população brasileira mais jovem, com idades entre 18 e 24 anos quase dobrou no ano de 2022 a 2023.
Os jovens que apresentavam IMC (Índice de Massa Corporal) igual ou acima de 30 kg/cm2, que caracteriza a obesidade, passou de 9 para 17%.
Para os pesquisadores, existe uma conjunção de fatores contribuindo para a piora no indicador, como:
Aumento no consumo de fast food e ultraprocessados;
Baixo consumo de frutas e verduras;
Baixo nível de atividade física (37% nos níveis indicados pela OMS).
Essa tendência, também é observada em outros países, sendo esta considerada já uma pandemia global de obesidade.
Fonte: Covitel, Vital Strategies e Universidade Federal de Pelotas (UFPel)
24/06/23
Segundo um estudo apresentado no Congresso Brasileiro de Obesidade e Síndrome Metabólica 2023, pela nutricionista Mônica Beyruti, as únicas pessoas que deveriam cortar essa proteína encontrada no trigo, no centeio e na cevada, são os portadores de doença celíaca. As demais pessoas, não deveriam fazer essa opção, em especial para a redução e perca de peso.
Segundo esse estudo que analisou os rótulos dos produtos sem glúten em diversos países do mundo, demonstrou um predomínio de gordura total, sódio, açúcares e outros carboidratos simples nesses alimentos. Ou seja, eles não contêm glúten, mas não são saudáveis, e muito menos contribuem para a perda de peso.
Uma dieta balanceada focada na perda de peso, deve ser variada e bem ao contrário do que foi observado nesses rótulos, pobre em gorduras totais, sódio e açúcares. Uma dieta saldável deve priorizar o consumo de frutas, hortaliças, fibras e ácidos graxos poli-insaturados.
O que emagrece é o controle calórico a partir de uma dieta saudável. A ciência é clara e afirma que não existe um nutriente que, por sua presença, tenha a capacidade de interferir sozinho no peso de uma pessoa.
Fonte: CBOSM 2023 e Low gluten diets linked to higher risk of type 2 diabetes, Hardvard University
16/06/23
As mulheres em geral têm mais dificuldades em perder peso, se comparado aos homens, que também perdem peso mais rapidamente se comparado às mulheres.
Isso acontece principalmente pelo fato de as mulheres terem maior resistência à leptina, que é o hormônio do apetite, além de possuírem um metabolismo mais lento, uma menor massa magra e gastam menos energia por grama de músculo, ou seja, mesmo se tivessem uma massa magra igual a homens, gastariam menos calorias por possuírem o metabolismo mais lento. Isso está diretamente relacional por razões hormonais, as mulheres possuem maior concentração de estrógeno e menor testosterona. Além disso, o organismo feminino tem como preferência queimar os carboidratos ao invés das gorduras.
Outra diferença é que as mulheres possuem maior concentração de gordura no tecido subcutâneo, embora do ponto de vista de saúde, é bom. Essa gordura é mais difícil de perder, já a gordura visceral, mais comum em homens, é rapidamente queimada, porém possui uma série de substâncias danosas ao organismo, o que explica parcialmente o risco cardiovascular maior em homens, em comparação as mulheres.
O mais importante para as mulheres é focar numa perda de peso compatível com seu organismo, e não se comparar aos outros, mesmo em relação a outras mulheres.
Fonte: Sex differences in energy metabolismo need to be considered with lifestyle modifications in humans. J Nutr Metab 2011.
02/06/23
Embora muitas pessoas ainda acreditem que a obesidade seja resultado de hábitos ruins de vida, ela é na verdade, uma doença crônica, e que possuí inclusive, influencias genéticas, entre 40% e 70% dos casos e que podem influenciar diretamente.
No entanto, apesar de possuir uma carga genética, é necessário um ambiente favorável para que a obesidade se desenvolva. Por exemplo, uma pessoa pode ter um gene que a faça ter mais vontade de comer doces. Mas se ela vive em um ambiente onde há pouco acesso, um núcleo familiar onde os hábitos alimentares são mais saudáveis, esse gene não a fará engordar. Mas se o ambiente mudar e os hábitos mudarem, esse gene se expressará e isso contribuirá para um possível aumento de peso.
A obesidade é poligênica, ou seja, muitos genes explicam o risco de obesidade, e cada um deles tem um papel relativamente pequeno. Em um estudo que recebeu o prêmio no Congresso Europeu de Obesidade, a cientista dinamarquesa Ruth Loos mostrou que, apesar dos aspectos genéticos, a maior parte dos genes que contribuem para a obesidade (80%) está no cérebro, ou seja, ligados a impulsos. que nos ajudam a concluir que, apesar das influências genéticas, é possível combater a obesidade com a criação de hábitos mais saudáveis de vida.
Fonte: Loos. The genetics of Obesity: from discovery to biology. Nat Rev Genet 2022
19/05/23
Os exercícios físicos são extremamente importantes para a saúde cardiovascular e metabólica, muitos imaginam que apenas a academia, ou exercício altamente estruturados, contam para manter a boa saúde, porém, vale lembrar que pequenas atividades físicas não programadas, podem também ter um impacto gigante!
Coisas simples, como o hábito de subir e descer escadas ao invés de usar elevadores ou escada rolante ou se exercitar após longos períodos sentados, faz toda a diferença.
Um estudo recente, avaliou de forma observacional os dados de 25mil pessoas que não se exercitavam normalmente, por 7 anos seguidos, utilizando dispositivos eletrônicos que mediam a intensidade do exercício. Neste estudo, aqueles que faziam 3 pequenos cursos de exercício de alta intensidade (como subir escadas) por períodos tão curtos como 1-2 minutos tiveram uma redução na mortalidade por doenças cardiovascular em 48%, uma redução na mortalidade por todas outras causas, incluindo cânceres em 40%.
Meros 4 minutos já foram associados a riscos 30% menores em geral.
Embora o estudo apenas sugira essa relação, ele serve como uma importante base para endossar recomendações de atividades físicas não programadas!
Fonte: Stamatakis. Association of wearable device measured vigorous intermittent lifestyle PA with mortality. Nature Medicine 2022